terça-feira, 12 de novembro de 2024
segunda-feira, 28 de outubro de 2024
A SENHORA SUNFLOWER E OUTROS CONTOS
sábado, 9 de abril de 2022
VERSÃO BRASILEIRA DE OS VENTOS AO SUL
quinta-feira, 1 de julho de 2021
CONTOS DE SAMUEL ASTRO
Numa sexta-feira 06 de Junho de 1969, o Meritíssimo Doutor Juiz Pran Gupta, português de origem goesa e há uma década, pelo menos, residente luandense, proveniente de Lourenço Marques de onde saíra por comportamentos profissionais não muito ortodoxos, conseguiu alcandorar-se à ribalta local quando julgou e passou sentença num caso que, pela sua peculiaridade, o tornou afamado. Talvez hoje, para dias de notícias instantâneas nas redes sociais, falsas ou verdadeiras, poderá parecer o caso inócuo ou até o pão-nosso-de-cada-dia, logo descartado com um “e depois?” de surpresa, se não de chacota.
Luanda era então um pequeno burgo, não
obstante dar-se ares de menina vaidosa e autointitulada de pérola de qualquer
coisa, onde se vivia sem grandes sobressaltos a não ser que se estivesse
envolvido na política nacionalista. Para a notoriedade do caso de igual modo
concorreu a postura da Igreja Católicas, feroz perseguidora de acções ou actos
que pudessem ser considerados não rigorosos em termos de valores sociais e ou
religiosos e por, de igual modo, ser o iminente jurisprudente um conhecido
ateu, nem reverenciando qualquer um dos milhões de Deuses da sua nativa Índia.
Certamente que o Juiz foi
involuntariamente ajudado por um outro acontecimento insólito, o primeiro
desvio de um avião por nacionalistas angolanos, para Brazzaville, dois dias
antes e conforme constou no comunicado da PIDE do dia 4 de Junho.
“No dia 4/6/69, pelas 15.30, o avião C-3
matrícula CR-LCY, da DTA, da carreira Luanda /Sazaire, com 5 tripulantes e 12
passageiros a bordo, foi obrigada a mudar rumo para Ponta Negra pelos seguintes
criminosos armados: -LUÍS ANTÓNIO NETO, o “Loló”, solteiro, estudante, nascido
a 4/11/47, natural de Luanda, filho de Alberto António Neto e de Josefa Luís
António Neto e residente em Luanda. –
DIOGO FERNANDES JACINTO LOURENÇO DE
JESUS, solteiro, funcionário do Laboratório de Engenharia de Angola, nascido a
2/11/941, natural de Luanda, filho de Jorge Jacinto de Jesus e de Ana Lourenço
de Jesus e residente em Luanda. –
MANUEL CAETANO SOARES DA SILVA, solteiro,
funcionário da Imprensa Nacional de Angola, filho de Luís Gomes Soares da Silva
e de Isabel Luciana Soares da Silva e residente em Luanda.
O assalto teve início a meio do percurso
Ambrizete/Sazaire, quando Manuel Caetano Soares da Silva entrou bruscamente na
cabine de pistola em punho e intimou a tripulação a seguir para Brazzaville. Ao
mesmo tempo, o Luís António Neto, de frente para os passageiros, ostentava uma
GMO fazendo menção de lhe tirar a clavilha de segurança. Nesta altura, porém o
passageiro Mário Carneiro envolveu-se em luta para lhe tirar a granada, sendo
auxiliado pelo radiografista Luís Torres e Arménio da Mata, 1º subchefe da PSP.
Entretanto o assaltante Diogo Fernandes Jacinto Lourenço de Jesus, que se encontrava
na retaguarda dos passageiros, ordenou a Luís António Neto, o “Loló”, para
lançar a granada, sublinhando a ordem com dois tiros de pistola que perfuraram
o tecto do avião”.
Com toda esta comoção que a polícia
política portuguesa não conseguiu evitar e esconder, a sentença do Juiz Pran
Gupta até deveria ter passado despercebida não fossem os católicos e demais
denominações protestantes com sede em Luanda, terem-se sentido indignados e
disso terem feiro bandeira de luta.
O homem foi destratado de toda a maneira
e feitio, no fundo não era português de primeira para além de a sua terra ter
sido usurpada sem apelo nem agravo, segundo Portugal, pela Índia em Dezembro de
1961.
Como poderia um monhé ateu defender os
interesses da Santa Madre Igreja Católica Romana Apostólica, os bons costumes e
hábitos das populações ditas civilizadas?
Não fosse a tensa situação política,
talvez até o tivessem destituído e mandado par Portugal a fim de ser mantido
sob um olho pidesco muito mais próximo e efectivo.
Mas quem foi o causador ou, melhor, a
origem do imbróglio em que o nobre Juiz se metera? Pelo que já se poderá ter
depreendido, teria que ser um outro cidadão de segunda classe, neste preciso
caso de terceira por ser negro, Estéfano Tuluka, rico comerciante de café a
habitar em Luanda.
Tuluka herdara, em 1950, com vinte e
cinco anos, vastas terras da família a que os portugueses ainda não haviam
metido mão, sabe lá Deus porquê. Ciente de que o café valia mito dinheiro,
conseguiu umas mudas, mandou roubar outras tantas e assim deu início a um
negócio que lhe veio a ser de prosperidade e abastança. Com o advento da luta
armada, sentiu-se mais protegido, havia que começar a tratar os negros melhor,
sobretudo aqueles que representavam algum peso económico para a Província.
Foram-lhe facilitados créditos e alargou a produção pelo resto do terreno ainda
improdutivo e que viria a transformar-se numa bela fazenda. Em 1969, Estéfano
Tuluka era um nome reconhecido como produtor de café, não obstante a
descriminação natural dos colonos menos abastados e de grande parte da
população branca. Conseguiu construir uma casa enorme nos arredores ainda
musseque da Vila Alice e em relativamente pouco tempo outras seis. Não
satisfeito, começou a comprar os terrenos à volta e anos poucos depois aquela
área passou a ser conhecida como o Musseque Tuluka até ao advento da
Independência.
Pela força do poder económico conseguiu
dar uma boa escolaridade aos filhos, três licenciarem-se em agronomia e as duas
filhas acabaram por esposar roceiros brancos endinheirados do interior, o que o
levou a sentir-se muito honrado pelas mesmas terem conseguido melhorar a raça
com a vasta prole que mais tarde se seguiu.
Em 1966, não esquecendo as origens e
cultura que lhe eram intrínsecas, Estéfano Tuluka contratou o mais afamado
quilamba de Luanda, José Ilídio, mais conhecido por Ngola Yetu, junto ao qual
quase todos os chefes de posto locais e das redondezas se iam lavar
frequentemente e fechar qualquer possível buraco deixado inadvertidamente
aberto pelo qual o inimigo pudesse entrar e fazer estragos. Branco é branco,
mas branco em África é branco em África e os administradores colonias bem o
sabiam, não fosse o diabo tecê-las.
Ngola Yetu tinha por tarefa principal
velar pelos sucesso permanente dos seus empreendimentos numa Angola em franco
desenvolvimento, e pelo bem-estar da família, mantendo tudo permanentemente
purificado.
Terá sido em 1968, numa altura em que se
verificou uma estiagem mais ou menos prolongada, quando baixou sobre grande
parte das suas terras, sobretudo nas áreas mais ensolaradas, um flagelo
conhecido como a praga do Ácaro vermelho o que reduziu os índices de produção e
por consequência o das vendas, por ele não ter tratado a tempo uma desgraça que
até nem era dos mais perigosas para os cafeeiros.
De imediato Ngola Yetu foi chamado e
indagado de como não previra o flagelo e tomara as devidas e cabíveis medidas
para que o facto não se tivesse produzido, sobretudo quando era pago que nem
realeza. Afinal que quilamba era se não controlava o imprevisível, conforme sua
fama fazia jus e que ele garantira de infalível?
Recebera mais de dois anos de salários
volumosos para a época, sem falar nas bicicletas para ele e familiares, nas
capoeiras de vime cheias de galinhas, galos, patos e cabritos sem fim, nas hortícolas
e frutos. Regularmente levava-o às terras cafeícolas onde o mestre conduzia
várias minuciosas e elaboradas cerimónias purificadoras que deveras
impressionavam Estéfano Tuluka.
Não aceitava deste modo, a falibilidade
do seu protector pessoal que, fosse nos tempos de hoje, certamente teria canudo
passado por uma qualquer universidade americana nessas ciências. Decidiu
apresentar queixa em tribunal e se bem o pensou, melhor o fez.
Quando se soube em Luanda qual o teor da
acusação, o caso virou chacota e assunto de conversa generalizada, não muito
abonatória a um abastado fazendeiro, supostamente crente e praticante da Santa
Madre Igreja Católica Romana e Apostólica.
Estéfano Tuluka apresentara a referida
acusação com base em fraude por promessas não cumpridas e por abuso de
confiança. Segundo o seu advogado de há muito e que sempre o desaconselhara de
se envolver em quimbandices e crenças similares para protecção de seus bens e
família, achava que, não obstante o insólito da situação, poderia ter uma boa
chance de ganhar pois efectivamente havia um contrato, verbal, todavia
contrato, para prestação de serviços especificados entre ele e o mestre José
Ilídio, vulgo Ngola Yetu, sobretudo pela parte contratante ter cumprido
religiosamente com o que prometera, muitas vezes ultrapassado até.
Quis o destino, ou talvez não, que o
Juiz que presidiria o julgamento fosse o ainda não famoso Pran Gupta.
Com a sala do julgamento apinhada de
gente de todas as proveniências sociais, jornalistas de máquinas fotográficas
na mão, e metade do Marçal em peso. Afinal a origem do Musseque Tuluka tinha aí
as suas fronteiras originais.
A sessão teve que ser adiada por duas
vezes pois mais parecia um arraial ou uma feira popular do que um julgamento e
o Meritíssimo Juiz decidiu que só poderiam estar presentes vinte pessoas,
sorteadas à porta, durante os dias que o julgamento durasse e devidamente
identificadas por listas de modo a que a mesma pessoa não pudesse atender à
sessão por duas vezes. Isso não obstou a que se mantivesse uma larga chusma de
povo nas redondezas do tribunal, ávido de saber em primeira mão como as sessões
teriam sido conduzidas.
Nunca um quilamba fora levado às barras
do tribunal por incumprimento profissional. A profissão corria risco, a não ser
que o advogado de defesa conseguisse demonstrar que ser quilamba não era só profissão,
mas sim e também uma manifestação religiosa, filosófica até, com base em
premonições provenientes dos antepassados e do uso de diversas artes e
estratagemas para sua concretização, tudo conforme os hábitos e costumes locais
e o direito consuetudinário. Transformar, se pudesse, Ngola Yetu num tipo de
sacerdote a quem a providência divina falhara de modo natural, não por dolo.
Nas páginas centrais dos jornais,
certamente pago pelas diversas Igrejas em Luanda, começaram a aparecer com
regularidade citações bíblicas enquanto decorreu o julgamento, que durou três
dias.
"Não recorram aos médiuns nem
busquem a quem consulta espíritos, pois vocês serão contaminados por eles. Eu
sou o Senhor, o vosso Deus. Levítico 19:31”, lia-se no
Correio da Matinal, do dia 06 de Junho de 1969.
O Jornal de
Luanda, que saía ao fim da tarde, na edição do dia seguinte, alertou os cidadãos
parafraseando o escriba bíblico que anotara as sábias palavras, em Levítico
20:6: "Voltarei o meu rosto contra
quem consulta espíritos e contra quem procura médiuns para segui-los,
prostituindo-se com eles. Eu o eliminarei do meio do seu povo”.
No dia final do julgamento que tornou famoso o Meritíssimo Juiz Pran Gupta, mais tarde recambiado para São Tomé e Príncipe para meditar sobre seus ditames jurídicos em Ilha verdadeiramente paradisíaca, o mesmo Correio Matinal, não se sabe se como ameaça e intimidação, retirou das páginas centrais a citação bíblica e escarrapachou-a na página principal, em letras garrafais.
“Saul morreu dessa forma porque foi infiel ao Senhor,
não foi obediente à palavra do Senhor e chegou a consultar uma médium em busca
de orientação.1 Crónicas 10:13.”
Não
se sabe se terá passado pelas mãos do Meritíssimo Juiz tal jornal ou não, e se
passou, não teve influência alguma sobre sua douta sentença que se baseava,
palavra mais palavra menos, no facto de considerar que o queixoso Estéfano
Tuluka não fora defraudado na sua boa-fé e confiança na fama do mestre Ngola
Yetu, como igualmente, e ipso facto, não ter tomado as medidas precautórias
para conter a praga, até fácil de ser combatida se detectada a tempo, atirando
para cima do mestre José Ilídio, que nada sabia de café e agronomia, as culpas
e recusar pagar o que lhe era devido.
O
advogado do mestre quilamba pleiteou, e bem, que os serviços para a limpeza
espiritual dos bens e família do fazendeiro Estéfano Tuluka sempre haviam sido
honradas segundo os preceitos usados há largas décadas pelo mestre, herdados de
pai para filho há quatro gerações. Em conformidade, apelava ao Meritíssimo
Doutor Juiz que o réu fosse mandado em liberdade e ressarcido com valor
monetário substancial pelas perdas causadas no que refere ao seu bom nome
profissional e místico, aos danos morais envolvidos e aos gastos a que foi
obrigado a incorrer e que bastante o endividara.
Logo
se ouviu um burburinho mais ou menos generalizado e várias sonoras gargalhadas
largadas pelos padres Martins e Gerónimo, ao fundo da sala.
O
Meritíssimo Juiz Pran Gupta deixou que a tempestade amainasse, ao fim da qual
admoestou a audiência, prometendo que evacuaria a sala caso se repetisse.
Após
a acusação e a defesa terem esgrimido todos os argumentos, Pran Gupta fez as
considerações finais, numa linguagem certamente considerada herética pelos
padres presentes, e não só, e o tribunal não veio abaixo quando ditou a
sentença for ter sido erguido em estrutura antiga e sólida, nas bases da
dilatação da fé e do cristianismo.
Os
três polícias presentes, que abandonaram os postos para ouvir a sentença,
tiveram que intervir para conter os ânimos da maioria dos presentes, quando o
Juiz Pran Gupta mandou o reu ir em paz pois não ficara provado que o expurgo
espiritual dos bens e da família do acusador Estéfano Tuluka não fora levado a
cabo com o denodo habitual, sobretudo quando o mestre Ngola Yetu lhe prestava
serviços há muito. Era, pois, obrigado a indemnizá-lo na quantia de quinze mil
escudos e a obrigar-se ao pagamento dos custos totais das despesas do acusado.
Face
à repercussão do caso, Estéfano Tuluka foi aconselhado pelo seu advogado a não
recorre e deixar o assunto como estava, certamente que mais cedo ou mais tarde
a administração colonial e a igreja haveriam de cuidar desse juiz monhé
herético, segundo suas palavras.
Foi
em 1989 que vim a conhecer um filho de Ngola Yetu, o mestre Serafim José, já
igualmente com fama no Marçal e arredores luandenses, e que me relatou toda
esta estória quando um vice-ministro amigo que acabara de ser nomeado me
solicitou que o acompanhasse, na minha viatura, a uma sessão de lavagem e
fechamento espiritual por não desejar entrar sozinho naquele bairro onde
poderia ser reconhecido.
sábado, 15 de agosto de 2020
segunda-feira, 10 de agosto de 2020
CONTOS DE SAMUEL ASTRO
O PERUANO
De pé, ali o vislumbrava olhando a
sinfonia deslumbrante orquestrada pelos
raios do sol poente, quando por momentos os dois se fundiram em um e ambos
submergiram nas pacíficas águas do quente Atlântico.
No dia seguinte, à mesma hora e local,
tornei a vê-lo. Talvez preparando-se para se alçar como estrela da noite ou ser
engolido pelo reino de Mutakalombo, o dono dos mares e suas profundezas.
Apressadamente dirigi-me para onde ele
estava que, pressentindo-me, virou a cabeça e viu-me. Voltou-se novamente para
o poente e assim permaneceu enquanto eu subia as enormes pedras do pontão
Pareceu-me que rezava ou cantava uma ladainha.
Parei para não o ofender por me
considerar intruso no seu espaço e momento íntimos. Sorriu e acenou para que
subisse.
"Sou o Samuel Astro",
apresentei-me uma vez a seu lado.
"Júlio Florez", respondeu e voltou-se
novamente para o mar.
Aguardei, silencioso, tentando entender
a canção, certamente palavras de gratidão a alguém, pelo que percebi , louvando
seu pai e sua mãe.
De novo ergueu as mãos para a nesga do sol que ainda nos consolava e que em segundos desapareceria, tragado sem piedade pela noite , a nova dona do Mundo ali e então.
Que viva mi papá,
Que viva mi mamá,
Que viva Ramón Castilla
Que nos dio la libertad
Assim que o astro rei mergulhou no
abismo profundo, virou-se e convidou-me a descer.
"Falava em espanhol", afirmei,
curioso.
"Sim, sou peruano filho de África,
trisneto de escravos vindos do Kongo."
"Falava de um Ramón Castilla, quem
é, ou foi?"
"Foi um grande homem do Peru,
aquele que nos concedeu a liberdade, nos libertou da escravatura." -
disse, caminhando.
Talvez não desejasse falar comigo
naquela hora que poderia considerar sagrada ou relevante para si.
Não estando familiarizado com a História
do seu país e não sabia o que dizer, para alem de, estranhamente, me sentir
culpado como se tivesse sido quem exportara seu trisavô para a América Latina.
"Foi um Governador, um Presidente?
Desculpe a minha ignorância."
"Presidente.", respondeu sem
se voltar e continuando a andar.
Decidi abandoná-lo, evaporar-me sem que ele se apercebesse, e com a escuridão
que descera sobre nós, nem mais o via. Ainda hoje não sei se efectivamente
Júlio Florez alguma vez esteve naquele pontão a saudar o oceano que banhava o
seu continente e a agradecer a um bom homem que se revelara humano, nesse
continente aonde o bisavô enterrara seu umbigo africano.
quinta-feira, 16 de julho de 2020
VERTENTES DA FICÇÃO INSÓLITA ANGOLANA
VERTENTES DA FICÇÃO INSÓLITA ANGOLANA
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Excerto: Ainda estava de cócoras, por trás de uma árvore, quando desabou sobre o acampamento um alvoroço de vozes, gritos e tiro...
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A SAIR BREVEMENTE O PERUANO Vi -o pela primeira vez mais como uma sombra que se pronunciava mar adentro. De pé, no pontão de pesada...
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Uma viagem ao passado é quase sempre uma aventura carregada de místicos elementos que abalam os nossos sentidos e sensibilidades. Quando o ...